Maria Lucia Pacheco

Para dizer de Maria Lucia Pacheco e do caos informado por Eros, convém pontificar que toda arte começa com desenho - não importa se dedo na areia, graveto na lama, pedrinha na parede da caverna, na madeira, no metal, giz, lápis, pincel, cinzel... – e, disso ela entende como poucos e como raros. E, o mais importante ! Comedida, mas, também com toda ampla liberdade, ela sabe se manter nas exatas fronteiras do essencial, do absolutamente necessário, daí resultando essas cristalinas, mas, dada a dinâmica do fazer artístico, não cristalizadas, resultando formas sublimes.
O mais será tergiversar.

Texto : Alexandros Papadopoulos Evremidis (1940*2014)
Jornalista, crítico de arte, escritor e poeta grego, naturalizado brasileiro.
Publicado no Jornal Rio Arte Cultura, no dia 10 de fevereiro de 2012, no Rio de Janeiro.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

A primeira gravura


Figuras no bar, ilogravura, 1965 

Minha primeira gravura, foi uma xilo feita em 1965, sob a orientação do prof. Luiz Carlos de Andrade Lima, no curso de Artes Plásticas na Educação do Museu Alfredo Andersen, em Curitiba.
As aulas de gravura eram ministradas no atelier da Secretaria de Cultura, na rua Augusto Stelfeld, uma casa antiga, com muro de pedras escuras. Já no primeiro dia de aula, fiquei encantada com todos aqueles materiais, a prensa, formões, tintas e, impaciente para fazer a minha primeira gravura. Andrade Lima nos deu as noções básicas da técnica e nos ensinou a usar as ferramentas. Fez uma pequena xilo para demonstração e tirou cópias. Maravilha !  tudo aquilo ! Ao final, o professor pediu aos alunos para que, na próxima aula, cada aluna levasse um desenho, já concluído, para começar o entalhe de uma xilo. Foi ai que aconteceu a desgraça ! Inocentemente, levei nada menos do que uma cópia  de um desenho de PICASSO !  O prof. observou atentamente o trabalho, disse que estava ótimo, mas, que eu deveria fazer outro, com outro tema, ali mesmo, durante a aula. Nada mais comentou ...
Ali nasceu a gravura "Figuras no bar".
Tivemos atividades de gravura das oito ao meio dia, e, no decorrer desse tempo, Andrade Lima nos deu uma aula paralela, inesquecível, sobre "a criação artística e seus valores".
Acho que foi nesse dia que começou minha paixão ... pela gravura.

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